Cardiomiopatia Hipertrófica Felina (HCM): o que é e como identificar.
A Cardiomiopatia Hipertrófica (HCM) é considerada a doença cardíaca hereditária mais comum em gatos. Ela pode permanecer silenciosa por muito tempo, avançando sem qualquer sinal perceptível para o tutor e justamente por isso é tão perigosa. Quando os sintomas finalmente aparecem, muitas vezes o coração já está trabalhando no limite.
O que é a Cardiomiopatia Hipertrófica?
A HCM é caracterizada pelo espessamento anormal do músculo cardíaco, principalmente do ventrículo esquerdo. Esse aumento da espessura dificulta o enchimento e o bombeamento adequado do sangue.
Com o tempo, o coração tenta se adaptar mas não consegue sustentar esse esforço por muito tempo. Quando atinge o limite, começam a aparecer sinais clínicos que indicam falha no funcionamento cardíaco.
Quando o coração cobra seu preço: sinais clínicos da HCM
Os sinais podem variar em intensidade e nem sempre aparecem nas fases iniciais. Entre os mais comuns:
-
Falta de ar (dispneia)
-
Cansaço fácil e intolerância ao exercício
-
Letargia ou diminuição da atividade
-
Desmaios ou episódios de fraqueza
-
Respiração acelerada mesmo em repouso
Nos casos mais graves, pode ocorrer um quadro extremamente doloroso e emergencial:
Tromboembolismo aórtico
Coágulos formados no coração podem se deslocar e bloquear o fluxo de sangue para os membros traseiros, causando:
-
Paralisia súbita das patas traseiras
-
Dor intensa
-
Extremidades frias e sem pulso
Esse é um dos sinais mais dramáticos da doença e requer atendimento imediato.
Raças com maior predisposição genética
Embora qualquer gato possa desenvolver HCM, algumas raças apresentam maior risco devido a variantes genéticas já identificadas:
-
Maine Coon
-
Ragdoll
-
British Shorthair
-
Persa
Em Maine Coon e Ragdoll, mutações específicas já foram amplamente estudadas e demonstram alta correlação com o desenvolvimento da doença.
Como a HCM é herdada?
A HCM felina é uma doença autossômica dominante. Isso significa que:
-
Uma única cópia da variante alterada já pode causar a doença;
-
Animais com duas cópias (homozigotos) tendem a apresentar sinais mais severos e início mais precoce.
Essa característica torna a doença ainda mais relevante na rotina de criadores e na medicina preventiva.
Quando a doença aparece?
Os sinais clínicos podem surgir em diferentes idades, mas:
-
Em Ragdolls, sinais podem aparecer a partir dos 2 anos.
-
Em outras raças, podem surgir mais tarde mas isso não significa que o gato está livre da doença.
Mesmo sem sintomas, alterações estruturais no coração podem ser detectadas por:
-
Ultrassonografia cardíaca (ecocardiograma)
-
Exames complementares com cardiologista
Por que o teste genético é tão importante?
Porque ele permite identificar animais predispostos antes do surgimento dos sinais clínicos.
Com o teste genético, é possível:
1. Detectar gatos que carregam a variante da HCM - Mesmo aqueles que parecem completamente saudáveis.
2. Planejar acompanhamento cardiológico precoce - Gatos positivos podem ter:
-
Ecocardiograma anual ou semestral
-
Monitoramento mais próximo para intervenção rápida
3. Tomar decisões reprodutivas éticas e responsáveis - Evitar o cruzamento de animais positivos reduz drasticamente a incidência da doença em futuras gerações.
4. Prolongar e melhorar a qualidade de vida - Quando acompanhada desde cedo, a HCM pode ser controlada, garantindo bem-estar e segurança ao felino.
Genética é prevenção. Genética é responsabilidade. Genética é amor.
Descubra se o seu gato carrega a variante da HCM e garanta um acompanhamento mais seguro e personalizado.